5º TORNEIO DE ANIVERSÁRIO DA ADX

Hoje aconteceu um evento marcante para o calendário enxadrístico de Natal e do RN: o torneio em comemoração ao quinto aniversário de fundação da Academia Damasceno de Xadrez.

Participantes aguardam início do torneio na sala de jogos
Não há nunca palavras suficientes para exaltar o espírito de amor e zelo dedicados ao xadrez que a família Damasceno demonstra em todos os menores detalhes da ADX. Trata-se de um primor!

Os menos ansiosos aguardavam o início do torneio do lado de fora (muito agradável) 

O torneio foi um sucesso de público, com 54 inscritos, incluindo um Mestre FIDE (Carlos Henrique Pinto) e um Mestre Nacional (Neri Silveira) além de diversos outros fortes jogadores do RN. O evento foi disputado pelo sistema suíço de emparceiramento em 9 rodadas, com o interessante formato progressivo: 3 rodadas em 5 min KO, 3 rodadas em 10 min KO e as 3 rodadas finais em ritmo de 20 min KO.


O torneio foi vencido por Felipe Lobo (8 pontos em 9), seguido por Rewbenio Frota (7 pontos em 9) e Rafael Albuquerque (7 pontos em 9).

Participantes se confraternizam entre as rodadas

Ao que me diz respeito, fiquei muito satisfeito com meu torneio. Cheguei a liderar isoladamente até a 7ª rodada (com 100% de aproveitamento e rating performance de 3115), até que enfrentei Felipe Lobo na partida que poderia decidir o torneio. Alcançamos a posição  abaixo, na qual as brancas têm uma combinação para ganhar dois peões sem risco algum:


Frota x Lobo, brancas jogam e obtem vantagem
Apesar de obter essa vantagem, perdi o rumo da partida após algumas simplificações e acabei perdendo um final de torres e peões. 

Na rodada final, enfrentei, já com o vice-campeonato garantido, um jogador que não era conhecido de ninguém (recém chegado à Natal), mas que já tinha feito alguns estragos no torneio, Tiago Vieira. Fiquei inferior, usei muito tempo e, quando consegui igualar, já não tinha que poucos segundos no relógio.

Ser vice campeão de um evento assim me enche de orgulho, ainda mais pela significação da ADX para mim e para o xadrez de nossa cidade. Parabéns à ADX. Que venham ainda muitos aniversários pela frente.


Luiz Valente volta aos tabuleiros

É sempre alegre o retorno. Após quase 3 anos, Luiz Valente volta a jogar um evento oficial. Trata-se do IRT de Abertura FBX 2013. Esse é mais um torneio organizado pelo Prof. Ari Maia.

Aliás, não é de hoje o Luiz (e os demais membros do “clã” Araújo) participam dos torneios do Prof. Ari. Abaixo a foto que prova isso:

Equipe da ‘escolinha’ do Colégio Pedro I, alunos do Prof. Ari, durante o III Torneio da Barra do Ceará (foto: Ari Maia)
Bons tempos em que jogavam eu (segundo da esquerda para a direita, com farda do CMF), Luiz Valente (quarto da esquerda para a direita, de camisa verde) e minhas irmãs Suéle e MIlena (as duas no canto direito da foto). Esse era o “clã” Araújo no xadrez escolar de Fortaleza na década de 90.

Vamos acompanhar e torcer pelo Luiz, para que ele termine o torneio com seu primeiro bloco para o rating FIDE!

Um pouco de xadrez rápido na ADX sempre é bom

Voltando aos torneios rápidos da ADX, após longa ausência, encontro sempre a calorosa acolhida do clã Damasceno, além dos demais companheiros do xadrez, sempre prontos para uma partida.

Até a edição nº 373, o torneio rápido das quintas-feiras estava sendo jogado em seis rodadas com 14 min KO. A partir da semana que se inicia em 17/fev próximo, o torneio passará ao curioso formato em 7 rodadas com cadência regressiva: as três primeiras rodadas com 14 min KO, seguidas de 2 rodadas com 10 min KO e, finalmente, mais 2 rodadas com 5 min KO. Vai ser interessante!

Voltando ao torneio relâmpago nº 373, alcancei posições interessantes em quase todas as partidas, algumas delas eu gostaria de compartilhar aqui.

Na segunda rodada, após perder a primeira partida por lance impossível numa posição provavelmente empatada, eu me vejo de negras na seguinte posição, na qual existe um arremate tático imediato:
Negras jogam e ganham
Na rodada seguinte, a terceira, consigo (de brancas) uma posição estrategicamente bem montada, mas aí a mão foi mais rápida que a razão, e dessa vez a tática me faltou.

Posição após 1. … f5
A posição acima foi alcançada após o lance negro 1. … f5 e eu segui com o péssimo 2. exf5?? perdendo uma torre sem compensação. A retirada do bispo para c2 seria suficiente para manter a vantagem e a forte pressão sobre a posição negra.

Com apenas 1 ponto na metade do torneio, eu já não pensava mais em fazer muita coisa, mas ganhei a partida da quarta rodada, de negras, num final de cavalos. Em seguida, “herdei” o ponto após estar perdido na quinta rodada. Terminei enfrentando (com peças brancas) o líder da competição, que estava invicto, na ultima rodada. Alcançamos uma posição muito interessante, na qual uma das variantes trazia um raro mate por xeque duplo descoberto:

Posição após 1. Da2
As negras esperavam agora jogar 1. … Cc3, porém perceberam estar impossibilitadas de fazer esse lance devido ao mate que seguiria com 2. Te8++. A dama faz xeque desde a2, a torre desde e8, e só um movimento de rei para uma casa segura poderia parar ambos os xeques, mas essa casa não existe na posição acima. Assim, as negras tiveram que ceder o cavalo de d5, e as brancas acabaram vencendo.

Terminei com 4 pontos, em segundo, e acabou sendo um torneio muito animador para quem estava há alguns meses afastado dos tabuleiros.

Átila Damasceno (campeão), Rewbenio (vice)

Semana que vem vou conferir o torneio no formato novo, espero que posições interessantes voltem a aparecer, e que eu não deixe minhas torres pelo caminho, nem me permita fazer lances impossíveis.

Nova coluna de xadrez em Natal

Coluna Peão 4 Rei, de 26/1/2013

Podem até me chamar de alienado, mas eu só compro jornal que publica coluna de xadrez. Por isso que eu, mesmo morando em Natal há mais de seis anos, jamais havia comprado um único exemplar de nenhum jornal local. A primeira vez foi ontem, dia 26/01/2013, para prestigiar e conhecer a nova coluna de Xadrez do Jornal Tribuna do Norte, Peão 4 Rei, assinada por Valério Andrade.
Valério Andrade em ação no tabuleiro (acervo do LQI)
A coluna é bastante agradável de se ler e traz não somente as novidades e resultados recentes de torneios, mas nos brinda com curiosidades enxadrísticas, relembra fatos históricos, campeões e campeãs do passado,  mostra algumas das aparições do nosso amado jogo em famosas produções de cinema (como Casablanca na coluna deste último sábado) etc. Enfim, termina-se a coluna com a mente enriquecida, ansiando pela próxima semana.

Meus parabéns ao Sr. Valério Andrade e aos editores do Tribuna do Norte, por reconhecerem a importância do Xadrez, perceberem que as pessoas continuam a gostar e a se intrigar com esse jogo maravilhoso, ainda que somente como curiosos.

O Xadrez é assunto natural para as páginas de um jornal, pois é alimento para a mente e para o espírito, e, como disse GoetheO xadrez é a pedra de toque do intelecto“.

A Tribuna do Norte ganhou mais um leitor (e acho que não vai parar por aí).