Lances Quase Inocentes (LQI) é um blog de xadrez. Contos, crônicas, entrevistas, cinema e dicas de conteúdo. Campeões mundiais de xadrez, história do xadrez, partidas e jogadas mais famosas da história.
Olhando os velhos papéis, como num desencargo de consciência antes de jogá-los no lixo, achei 2 partidas da época jurássica do aprendizado enxadristico meu e do Luiz.
A primeira é bem do comecinho mesmo, como facilmente se percebe, acho que só tínhamos lido um pouco do Xadrez Básico e sabíamos somente a defunta notação descritiva:
Após conhecermos os Profs. Ari Maia e Luiz Santos, e começarmos a frequentar a “Escolinha de Xadrez” do extinto Colégio Pedro I, aprendemos a notação algébrica e melhoramos um pouco. Mas só um pouco…
O xadrez apareceu em minha vida em 1991, quando cursava a 5ª série no Colégio Militar de Fortaleza e vi um colega jogando na hora do intervalo. Esse colega mesmo me escreveu as regras num pedaço de papel e, ao chegar em casa, implorei por um jogo de peças. Minha mãe me deu um jogo de madeira da Xalingo, próprio para iniciantes, mas para mim eram peças de enorme beleza então. Ainda mantenho esse jogo no qual aprendemos a jogar eu, minhas irmãs, meu primo-irmão, meu pai e meu tio paterno, primeiras pessoas na minha família a conhecerem tão de perto o nobre jogo.
Comecei esse ‘post’ de forma assim, saudosa, pois pensava no fechamento enxadrístico de 2010, ano em que, finalmente, retomei a prática regular do amado jogo de xadrez, e acabei relembrando os primórdios. Eu, capivara que sou, penso que meu maior mérito como enxadrista é (como certa vez falou um grande amigo e primeiro mestre das artes do tabuleiro quando lhe fiz uma pergunta indiscreta sobre meu talento) o grande amor e interesse pelo jogo.
Esse amor precisou esperar longos 14 anos (faculdade, mestrado, trabalho e início de vida de pai de família) para ser retomado de forma contínua. Falharam as tentativas no começo da faculdade em 1998. Na época que morei fora, entre 2001 e 2002, joguei com certa regularidade, mas não tive êxito em estudar o jogo e evoluir como desejava. Em 2007, já em Natal, ensaiei um retorno, mas não dei continuidade.
Em 2010, no entanto, dei-me conta que era importante para mim jogar, mesmo que os resultados fossem modestos, e voltei! Foi melhor que esperava: joguei 4 torneios FIDE e 1 CBX formei o rating internacional inicialmente em 2036. Meu rating CBX, há muito congelado em 1828, subiu para 1907 em 4 torneios (apesar das partidas ganhas que entreguei).
Deixou-me feliz também o retorno de meu primo-irmão, Luiz Valente, e de minha irmã, Milena Frota aos tabuleiros.
A foto abaixo, tirada no recente ABERTO XADREZ BRASIL, é histórica, de certa forma, pois mostra algo que não acontecia desde 1996: Luiz Valente e eu participando de um torneio de xadrez oficial (curiosamente nas mesas vizinhas e com mesma cor na primeira rodada). A última vez havia sido a Seletiva do Campeonato Cearense Absoluto de 1996 (curiosamente, também orgazinado por Ari Maia).
Luiz e Rewbenio prontos para a I rodada do Aberto Xadrez Brasil em Brasilia (11/2010)
Em junho, minha irmã, Milena, participou comigo do Aberto do Brasil Cidade de Fortaleza, coisa que não acontecia desde o Zonal CE de 1995, se não me engano. Ela teminou este ano de retorno sendo quarta colocada no Campeonato Cearense Feminino de Xadrez e deixou escapar o vice-campeonato por muito pouco, ao se descuidar numa partida ganha. No final, no desempate do terceiro lugar no blitz, os anos sem prática pesaram bastante. Mas considero um bom retorno, mesmo assim.
Milena em ação!
Faço votos que o Luiz, que sempre jogou de forma bastante imaginativa, e Milena, que mesmo sem muita dedicação sempre se destacou no cenário feminino, e eu, não paremos mais de jogar.
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