Anderssen, A. xKieseritzky, L.
Londres, 21-6-1851
Partida Imortal, posição após 18. … Bg1.
(FEN: rnb1k1nr/p2p1ppp/3B4/1p1N1N1P/4P1P1/3P1Q2/PqP5/R4Kb1 w kq – 0 19)
A posição acima é talvez a mais famosa da história do Xadrez. As brancas estão prestes a sacrificar sua segunda torre em troca de um ataque finalizador. Adolf Anderssen, que justamente neste ano de 1851 seria afamado como “Campeão do Mundo” (não existia a FIDE na época), ao vencer o forte torneio internacional de Londres, jogou esta partida durante um recesso daquele evento. Lionel Kieseritzky, que morava em Paris no Café de La Régence, era um dos mais fortes mestres europeus naquela época, inclusive tendo vantagem no confronto direto contra Anderssen (+7 -5 =2, excluindo-se esta Partida Imortal). Tristemente, para Kieseitsky, esta derrota parece ter selado o início de sua decadência, agravada por problemas financeiros. Passou para a história como o ‘Perdedor Imortal‘ e morreu apenas dois anos após esta partida.
O encanto desta partida é a brilhante sequência de sacrifícios de peças em troca de tempos de desenvolvimento utilizados no ataque direto a um rei não rocado, no centro do tabuleiro.
A partida continuou assim: 19. e5! Dxa1 20. Re2 … Segundo Kieseritzky, num artigo para o seu periódico La Régence, ele abandonou após este lance. Porém, outra versão informa que ele ainda teria jogado 20. … Ca6, após o qual Andersen teria anunciado xeque-mate em 3 lances, e, só então Kieseritzky teria abandonado. Essa pequena imprecisão sobre o desfecho é típica de confrontos informais, sem registro em súmula, mas em nada reduz o brilho desta partida. Provavelmente, os lances finais com a bela combinação de mate não chegaram a ser feitos no tabuleiro pelos protagonistas, mas tem sido realizados muitas vezes desde então! Ainda serão repetidos incontáveis vezes, enquanto existirem resquícios do Xadrez, este belo jogo, na face do planeta: 21. Cxg7+ Rd8 22. Df6!! Cxf6 22. Be7#.
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