Xadrez no NETFLIX: The Coldest Game

Xadrez, cinema e Guerra Fria estão novamente juntos no lançamento do NETFLIX: The Coldest Game (2019). Uma produção polonesa estrelada por Bill Pullman. As referências a fatos históricos do xadrez são abundantes.

Xadrez e matemática costumam ser paixões correlatas para muitos. Um recente lançamento da NETFLIX uniu esses dois assuntos ao perene e interessante tema da Guerra Fria: The Coldest Game (Partida Fria, na versão não tão adequada do título em português).

Usando elementos da atmosfera do match Spassky × Fischer pelo título mundial, o Match do Século, que realmente aconteceu em 1972, o diretor polonês Lukasz Kosmicki traz o xadrez como peça central na famosa questão dos mísseis soviéticos em Cuba no ano de 1962 (portanto quase uma década antes de Spassky × Fischer), talvez o ponto mais alto da chamada Guerra Fria entre EUA e URSS.

A trama de Kosmicki e Marcel Sawicki (roteirista) utiliza-se de um match entre dois mestres de xadrez como meio de obter informações cruciais sobre as ameaças dos mísseis soviéticos em Cuba.

A disputa seria entre o campeão soviético Grande Mestre Alexander Gavrylov e o campeão norte-americano Grande Mestre John Konigsberg, morto misteriosamente há dias do confronto. É escolhido então o último jogador norte-americano a ter vencido Konigsberg em torneios: um obscuro e ex-professor de matemática em Princeton Joshua Mansky (interpretado por Bill Pullman) , que anos antes fora um genial enxadrista e colaborador do projeto Manhattan, mas ultimamente dedicava-se somente às cartas e ao álcool.

O match se desenrola em Varsóvia, local ideal para que um militar dissidente soviético que fazia parte das forças do Pacto de Varsóvia encontrasse oportunidade para entregar aos americanos informações que poderiam antecipar ou adiar uma guerra nuclear.

Para o fã de xadrez, apesar de alguns erros técnicos (como o match ser composto de um número ímpar de partidas, ou a pressa dos jogadores em mover as peças em momentos chave), o filme traz bastantes cenas empolgantes, como o belo salão onde são disputadas as partidas, closes no tabuleiro sem os habituais erros cometidos em outros filmes, o que permitiu analisar boa parte das partidas do match!

A primeira partida é decidida a favor do americano, felizmente foi possível capturar a exata posição:

Mansky × Gavrylov (ficção, The Coldest Game)

O desfecho deve ser conhecido para alguns enxadristas mais estudiosos, e demonstra o bom trabalho feito pelo Mestre Internacional polonês Andrzej Filipowicz, que foi consultor técnico neste filme no que diz respeito ao xadrez. Ele escolheu um desfecho brilhante que ocorreu numa partida real entre dois poloneses, Tylkowsky × Wojciechowski, disputada em 1931.

Tylkowsky × Wojciechowski (Poznan, 1931)
Posição após 29 … Td2.

A partir do diagrama acima, a partida Mansky × Gavrylov segue com 30.Ca4? (segundo as engines melhor seria 30.f5) … T×b2!! 31.C×b2 c3! 32.T×b6 (único) … c4! 33.Tb4? (seria melhor 33.C×c4, mas a vitória das pretas viria após 33 … c2!!) … a5!!, e Gravrylov deixa a mesa indignado, abandonando a partida. No caso real, Tylkowski ainda resistiu até o 40º lance.

Uma curiosidade é que esse desfecho ocorreu de forma quase idêntica 2 anos depois em Madrid, numa partida entre Esteban Ortueta e Aguado Sanz :

Ortueta × Sanz (Madri, 1933)
Posição após 30 … Td2.

A ocorrência de um tema tão complexo e belo em duas partidas realizadas em anos e países diferentes (quando não havia internet nem Google) torna esse desfecho ainda mais espetacular, talvez por isso tenha sido escolhido para o filme (além de ser um dos pontos altos do xadrez polonês, certamente).

Na segunda partida, é a vez de o soviético levar a vantagem, aproveitando-se de um hipnotizador na plateia que atrapalha Mansky (mais uma vez é pescado algo da história real do jogo, mas que só ocorreu no match de 1978 pelo título mundial entre Anatoly Karpov e Viktor Korchnoi). A posição principal jamais é mostrada inteiramente, o que dificulta sua identificação, mas passa a sensação de que o norte-americano caiu numa cilada de abertura.

A terceira partida sequer é mostrada: empate.

A quarta partida, por sua vez, recebe diversos enfoques diretos, o que permite definir o desenlace no tabuleiro. Na posição abaixo, Mansky, de brancas, propõe empate, mas o soviético diz algo como “A posição do tabuleiro está clara. Não!”. Uma fala estranha, a julgar pelo que se vê no tabuleiro, no qual há igualdade material e ligeira vantagem branca devido à exposição maior do rei preto:

Mansky × Gavrylov (varsóvia,1962)
Partida 4

Mansky segue, então, com uma sequência de lances rápidos, com respostas igualmente rápidas de seu oponente: 1.Db3+ Rh8 2.Tad1 Bd7 3.Bb6 De8 4.Da3 Cfg8 5.Cd5 Bg4 6.Cc7 Dc6 7.Td6 Dc2 8.C×a8 T×a8 9.Bd4 Cf5 10.B×g7+, após o qual Mansky novamente propõe empate.

Desta vez, ao ver que o empate lhe favorecia , Gavrylov levanta-se, cumprimenta seu oponente aceitando a oferta e, em seguida, aplaude o adversário. A referência para este aplauso é o gesto idêntico que fez Spassky ao final da 6ª partida do Match do Século em 1972, quando aplaudiu Fischer por sua brilhante vitória (que dava ao americano a dianteira pela primeira vez naquele match). No filme, a situação do match agora é de igualdade em 2 pontos após 4 partidas.

Gavrylov aplaude seu adversário ao final da 4ª partida

A partir deste momento, no match e na trama central da história, não seria possível qualquer análise sem revelar fatos importantes, razão pela qual deixo o restante para quem se interessar em ver o filme. Garanto que haverá surpresas, como num xeque duplo a descoberto!

Partida Fria vai agradar um amplo público, desde os exigentes enxadristas (que vão avaliar meticulosamente todos os pormenores técnicos) e matemáticos (que vão gostar das diversas referências, como o problema lógico de decidir qual caminho seguir numa encruzilhada por meio de um única pergunta feita a um de dois irmãos, um que sempre mente e outro que sempre fala a verdade, sendo que não se sabe qual é qual), até o público em geral, que sempre recebe muito bem tramas baseados em fatos reais, com guerra, intrigas e espionagem.

É sempre bem vindo um filme que trate o xadrez com decência técnica sem perder a chance de emprestar seu charme e simbolismo às duras batalhas da vida fora dos tabuleiros.

O urgente × O importante

O jogo de xadrez pode ser visto como um laboratório da vida, uma vida em miniatura. É um ambiente controlado no qual, não raro, são postas situações que encontram perfeita analogia com problemas da vivência humana.

Uma das questões amiúde enfrentadas por enxadristas (assim como outras formas de vida humana) é decidir entre fazer o que é urgente ou o que é importante. Como o jogo tem um conjunto claro, simples e finito de regras, o impacto das decisões é visto com muito mais facilidade e rapidez que nas situações da vida real.

Certa vez, vi claramente o problema do ‘urgente × importante’ numa partida do Campeonato Feminino de Xadrez dos EUA na qual se enfrentaram Apurva Virkud (com peças brancas) e Sabina Foisor (com peças pretas), ambas mestras de destacada força.

Nessa partida, ficou evidente o pobre papel exercido pela dama branca após o 16° lance, que fez este exército ficar na defensiva o restante da partida, sempre priorizando o urgente sem jamais conseguir fazer o importante: recolocar a dama (a peça mais poderosa do exército) em uma posição mais favorável.

Virkud × Foisor, St Louis 2017 (posição após 16..Da5)

Na posição mostrada no diagrama acima, mesmo alguém sem conhecimento sobre xadrez perceberá quão distante se encontra a dama branca do centro do tabuleiro e da ala do rei (metade direita do tabuleiro), que é onde se desenvolve o ataque das peças pretas.

Analisando a partida com a ajuda dos fortes aplicativos (ou engines, como são amplamente chamadas) disponíveis mesmo em nossos smartphones, verificamos que a posição das brancas é muito frágil devido ao forte centro móvel de peões pretos, além da superior mobilidade de cada uma das peças pretas em comparação com suas equivalentes do bando contrário.

As brancas não aproveitaram as duas únicas chances que surgiram para recolocar sua dama em jogo (o que, apesar de não ser a opção preferida pela fria análise da máquina, faria todo o sentido para um jogador de carne e osso): imediatamente no 17° lance, ou pouco depois, no 21°, nas demais ocasiões, a urgência se impôs de forma muito aguda.

Virkud × Foisor, St Louis 2017 (posição após 26. Tg1)
Pretas jogam e dão xeque-mate em 9 lances

Ao observarmos a posição acima, após o 26° movimento branco, perceberemos claramente a falta que fez a dama branca, agora bloqueada pelo cavalo e ainda no mesmo local há 10 jogadas, enquanto as pretas têm a opção de um belo desfecho com um ataque de mate (fica como desafio para os enxadristas – pretas jogam e dão xeque-mate em 9 lances).

A partida me deixou pensativo. Não somente em termos de xadrez, mas em termos de opções de vida. A princípio, seria melhor não se colocar numa situação na qual as urgências nos impeçam de fazer o que é importante, mas, uma vez que o cenário fica mais complicado, precisamos ficar atentos para qualquer chance de recolocar as prioridades em ordem.

Como a partida nos ensinou, fazer somente o urgente não livrou o exército branco da derrota. É preciso lembrar que, mesmo que não traga um retorno rápido, ou sequer mude o desfecho final, fazer o que é importante nos coloca em posição de lutar melhor, mantendo a honra (aliás, um atributo jamais urgente, mas sempre importante).

Último lance da partida: 31. … Tf3+

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Leão derruba Torre no xadrez

É muito raro que um jogador dê chances de sofrer derrotas espetaculares contra um mesmo adversário, mas quando acontece, normalmente entra para a história.

No princípio dos anos 1980, o promissor grande mestre filipino Eugênio Torre sofreu uma derrota contundente, que se tornou famosa, contra o lendário soviético Lev Polugaevsky.

A fantástica variante que segue após 14.d×e6! sacrificando uma torre inteira, fez dessa partida uma das mais comentadas da história do jogo! Torre nem pestanejou, pois a teoria da época lhe dava segurança, mas a posição (e a teoria daquela abertura) foi completamente alterada após 18.h4!!. Mesmo passado seu auge, Polugaevsky aplicou seu método profundo de busca da essência das posições de xadrez e encontrou uma joia. A ideia é que a “jaula” formada pelos peões na ala do rei tornaria inútil a torre extra das pretas. Até esta partida, a teoria apontava que as brancas devariam optar por 14. e×f8=D!? com melhores chances para as pretas (por exemplo na partida Beliavsky × Bagirov , jogada menos de 3 meses antes, naquele mesmo ano de 1981, e que acabou empatada).

No ano seguinte, em 1982, Torre teve sua revanche, numa partida longa, mas teve o cuidado de mudar a abertura.

Apenas 2 anos depois, Torre enfrentou novamente Polugaevsky, mais uma vez com as peças pretas. Talvez achasse que o famoso soviético estivesse sentindo o peso dos anos e pensou em reverter o escore entre os dois (que então estava empatado). Usou a mesma defesa que lhe dera a vitória em 1982.

Talvez o medo de sofrer nova derrota tenha antecipado justamente esse resultado, pois o filipino jogou bem pior que da primeira vez, praticamente entregando ao adversário uma combinação similar à famosa Lasker × Bauer, quando fez o péssimo 18. … Cb8?? . Segue a partida completa.

Torre e Polugaevsky ainda se enfrentariam 4 vezes, mas o filipino não conseguiu vencer nenhuma delas (-1 =3). Descobriu com essas derrotas aquilo que facilmente saberia se soubesse a língua russa: Lev, o primeiro nome de seu algoz, significa Leão.

Sobre os jogadores

Lev Polugaevsky

Polugaevsky (URSS/Bielorússia, 1934 — 1995) foi um jogador de grande renome internacional. Campeão absoluto da URSS duas vezes, em 1967 e 1978, além de ter empatado pelo título de 1969 com Petrosian. Foi três vezes candidato ao título mundial (numa delas, no ciclo 1976-78, ele derrotou o grande mestre brasileiro Henrique Mecking nas quartas de final, +1 -0 =11), porém nunca chegou a ser o desafiante oficial. Foi um grande teórico de aberturas, inclusive deu nome a uma importante variante da Defesa Siciliana Najdorf: 1.e4 c5 2.Cf3 d6 3.d4 c×d4 4.C×d4 Cf6 5.Cc3 a6 6.Bg5 e6 7.f4 b5. Escreveu um dos livros mais respeitados sobre o xadrez de alto nível, “Grandmaster Preparation” (1981), no qual, entre outros temas, mostra com detalhes o profundo processo para desenvolver a variante que leva seu nome.

Torre (Filipinas, 1951 — ) foi candidato ao título mundial no ciclo 1981-1984, qualificado após vencer o Interzonal de Toluca em 1982 (junto com Portisch), mas foi derrotado nas semi-finais por Ribli. Teve estreita relação com Fischer nós anos 1980-1990, e foi segundo do norte-americano em seu match de retorno em 1992 contra Spassky. Foi o primeiro asiático da história a receber o título de Grande Mestre da FIDE, em reconhecimento a sua medalha de prata individual na Olimpíada de Xadrez de Nice em 1974. Uma vitória importante de sua carreira foi o torneio de Manila de 1976, no qual terminou à frente do campeão mundial Anatoly Karpov, a quem venceu num dos confrontos individuais durante o evento. Um ponto interessante de sua carreira é que ele participou de todas as olimpíadas de xadrez desde 1970 (exceto a de 2008) até 2016. Segue como um dos melhores jogadores em atividade de seu país.

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Ljubojević: o vingador de aberturas

Quando reuniram-se em Petrópolis, no ano de 1973, dezesseis dos melhores jogadores do mundo para o Interzonal (que decidiria metade dos Candidatos ao título mundial do Ciclo 1973-1975 da FIDE), David Bronstein já era uma espécie de relíquia viva do xadrez: ex-desafiante ao título mundial que empatara um match com Mikhail Botvinnik em 1951, mas que jamais voltara a ter outra chance. Ljubomir Ljubojević , por sua vez, era um vigoroso talento em ascensão, conhecido por seu estilo agressivo.

Talvez essa diferença de expectativas entre o jogador jovem que vinha cheio de ambições e o veterano que não via o xadrez como uma mera competição, mas como uma forma de expressão artística, tenha ajudado a criar uma das partidas mais famosas da história.

Curiosamente, Ljubojević (com peças pretas) adotou uma variante contra a qual havia triunfado facilmente, com peças brancas, quando enfrentou Honfi 3 anos antes. Pode ser que ele pensasse haver encontrado alguma melhoria significativa para o lado preto.

A partida recebeu o Prêmio de Beleza do Torneio Interzonal de Petrópolis.

Inconformado, Ljubojević deve ter aprofundado suas análises após Petrópolis, pois, poucos meses depois, colocou-se novamente na mesma situação contra Florin Gheorghiu, que desviou-se da partida anterior com 18. Re2?, após o qual Ljubojević mostrou estar muito bem preparado:

Não satisfeito com sua primeira “revanche” contra a variante, Ljubojević ainda tinha algo a provar a si mesmo, e repetiu a escolha de abertura numa partida do Interzonal de Riga em 1979, contra Grünfeld, que jogou o lance de Bronstein 18. d6. Foi a vez de Ljubojević desviar-se, melhorando em relação à partida de Petrópolis:

Após essa vitória, Ljubojević não voltou a ter oportunidade de repetir a variante em torneios, mas certamente estava satisfeito por ter conseguido usar sua novidade 18. … Dc5!. Timman opina em seu livro The Art of Chess Analysis que ele deve ter repetido a linha após ter encontrado uma posição cujas “possibilidades eram agudas o bastante e permitiam chances para ambos os lados” após a continuação 19.Ce4 Dd4! conforme se viu na partida de 1979.

Parece que Grünfeld também ficou com a variante “entalada”, pois voltou a enfrentá-la de brancas em 1984, mas acabou perdendo. Como se vê, não é sempre que alguém consegue “se vingar” de uma derrota sofrida!

Ljubojević em 2017 (Foto: David Llala)

Para quem quiser tentar, porém, vale a pena pedir umas dicas a Ljubomir Ljubojević.

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Num dia caça, no outro…

A posição acima ocorreu no torneio de Wijk aan Zee de 1996, quando o ucraniano Vassily Ivanchuk assombrou seu adversário, o letão Alexei Shirov, os demais jogadores e todos aqueles que acompanhavam o torneio com aquele que é considerado por alguns como “o lance mais espetacular de todos os tempos”: 21.Dg7!!, que então era uma novidade teórica!

Sem dúvida é uma jogada bela e paradoxal (com lampejos da outra famosa jogada). Talvez atônito, Shirov não foi capaz de jogar da forma mais combativa e acabou perdendo após 21. … B×g7 22.f×g7 Tg8 23.C×c5 d4 24.B×b7+ T×b7 25.C×b7 Db6 26.B×d4 D×d4 27.Tfd1 D×b2 28.Cd6+ Rb8 29.Tdb1 D×g7 30.T×b4+ Rc7 31.Ta6 Tb8 32.T×a7+ R×d6 33.T×b8 Dg4 34.Td8+ Rc6 35.Ta1 (1-0).

Ivanchuk × Shirov (Wijk aan Zee, 1996)

Não deve ter sido fácil para um jogador daquela força ser lembrado por tamanha derrota, mas, anos depois, no mesmo torneio, Shirov teria a chance de se redimir.

Ruslam Ponomariov, campeão mundial da FIDE em 2002, resolveu testar se Shirov já estava recuperado daquela derrota de 7 anos antes, naquele mesmo torneio de Wijk aan Zee, e repetiu o sacrifício de Ivanchuk (que então já se tornara parte da teoria de aberturas), mas ele não imaginava que Shirov estava louco para se redimir, mesmo que fosse contra outro adversário (que, aliás, é ucraniano como Ivanchuk).

Shirov desviou-se da partida anterior com 23. … T×g7 24. C×d7 D×d7 25.T×a7 Tg6 (Stockfish recomenda 25. … f6) 26. Tfa1 (Stockfish recomenda 26.Td1) … Te6. A partir de agora Shirov joga quase sempre a primeira opção recomendada pelo Stockfish e vence exemplarmente! 27. Bd4 Te2 28.h4 Td2 29.Be3 T×b2 30.T1a5 b3 31.Tc5+ Rd8 32.T×b7 D×b7 33.T×d5+ D×d5 34.B×d5 Tb1+ 35.Rg2 b2 36.Be4 Td1 37.Bg5+ Re8 38.Bf6 b1=D 39.B×b1 T×b1 40.h5 Rf8 41.g4 Td1 42.Bb2 Rg8, e as brancas abandonam. Se 43.Rf3 c3, seguido de Td3+ (0-1).

Ponomariov × Shirov (Wijk aan Zee, 2003)

Nos últimos anos, diversos jogadores famosos enfrentaram o sacrifício Dg7, dentre eles o atual campeão mundial, Magnus Carlsen, mas não consta que ninguém mais tenha tentado aquele truque novamente contra Shirov!

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