RN no Rating FIDE (maio/11) e CBX (abril/11)

Na nova lista da FIDE (01/05/2011) houve muita variação de rating no RN, devido ao VIII Magistral RN. Segue a relação de todos os jogadores do RN que estão em ambas as listagens FIDE/CBX:

Nome Tit FIDE CBX Status
1 Barreto Filho, Carlos Alberto f 2321 2211 Ativo
2 Macedo, Maximo Iack f 2314 2212 Ativo
3 Araujo, Felipe Fernandes f 2264 2188 Ativo
4 Silveira Filho, Neri da Silva 2245 2136 Ativo
5 Andrade, Roberto Luiz Costa f 2186 2085 Ativo
6 Carvalho, Felipe Lobo C. 2154 2103 Ativo
7 Macedo, Maximo Valerio f 2085 2056 Ativo
8 Pinto, Carlos Henrique Lopes f 2078 2049 Ativo
9 Azevedo, Alcides Alexandre A. 2053 1967 Ativo
10 Da Costa, Jose Artanael Campos 2038 1972 Ativo
11 Chellappa, Thiago 2034 1957 Ativo
12 Xavier, Lucca Lucas 2015 1934 Ativo
13 Bezerra, Flavio Rodrigo Costa 2013 1973 Ativo
14 Araujo Frota,Rewbenio 2011 1894 Ativo
15 Santos, Lucas Rocha de Azevedo 2009 2032 Ativo
16 Silva, Alexsandro Lira 2001 1973 Ativo
17 Fernandes, Giorgio Lucio 1989 1973 Ativo
18 Damasceno, Atila Alecio Lima 1980 1786 Ativo
19 Fernandes, Kligw 1974 1921 Ativo
20 Macedo, Alexandre Soares de 1973 1895 Ativo
21 Carneiro, Francisco Caninde Sa 1954 1869 Ativo
22 Camara, Jose Arruda 1943 1891 Ativo
23 Pereira,Wilson Roberto de M. 1932 1848 Ativo
24 Pinheiro Junior,Emanuel Eliezer 1922 1838 Ativo
25 Prado Oliveira, Fellipe 1921 1926 Ativo
26 Albuquerque, Rafael Anderson 1915 1830 Ativo
27 Rodrigues, Flavio Leite 1902 1905 Ativo
28 Lima,Alan Silva de 1875 1844 Ativo
29 Oliveira Jr, Antonio Fernandes 1862 1846 Ativo
30 Rocha, Vitor Firmo de Souza 1862 1945 Ativo
31 Cabral Mesquita, Jussier 1856 1800 Ativo
32 Lima Junior, Jose Arlindo Costa 1855 1832 Ativo
33 Dantas, David Luan de Barros 1833 1843 Ativo
34 Da Silva, Izael Brasilino Araujo 1817 1829 Ativo
35 Damasceno, Alecio Souza 1813 1792 Ativo
36 Macedo, Luiz Soares de 1780 1719 Ativo
37 Da Silva Filho, Ibernon Luiz 1778 1807 Ativo
38 Ferreira, Alexander 1713 1763 Ativo
39 Costa Avelino, Thiago Cesar 1680 1746 Ativo
40 Kosminsky, Ellen 1569 1576 Ativo
41 Macedo, Maximo Igor 2213 2162 Inativo
42 Macedo, Fabio Luiz Soares 2175 2175 Inativo
43 Maia, Raul Victor Lima Pereira 2115 2115 Inativo
44 Silva, Cristiano Guilherme 2090 1924 Inativo
45 Pinto, Rafael Henrique 2057 1924 Inativo
46 Lopes, Rubens Lage 2046 1832 Inativo
47 Meneses, Luciano Costa de 2046 2039 Inativo
48 Braga, Jose Pereira 2018 1990 Inativo
49 Bezerra, Jurandir Geovani 2006 1800 Inativo
50 Maia, Jose Simplicio 2003 1884 Inativo
51 Cortez, Cleando 1995 1926 Inativo
52 Barbosa, Ricardo A. Monteiro 1950 1864 Inativo
53 Bento, Alex Janes 1946 1830 Inativo
54 Lucena, Helianto dos Santos 1932 1860 Inativo
55 Vitoriano, Jose 1917 1907 Inativo
56 Leal Assuncao, Matheus 1892 1942 Inativo
57 Pereira De Lima, Wallailton 1888 1869 Inativo
58 Simao, Diogo Roger De Sousa 1864 1818 Inativo
59 Silva Alves, Leo Maykell E 1844 1850 Inativo
60 Gomes, Musis Ferreira dos Santos 1837 1785 Inativo
61 Rocha Filho, Orlando Donato 1830 1865 Inativo
62 Jordao Barbosa,Marcio 1812 1819 Inativo
63 Lins Bahia, Arthur Cavalcanti 1781 1810 Inativo
64 Oliveira, Raimundo Luiz 1775 1848 Inativo
65 Ferreira, Francisco Caninde 1771 1804 Inativo
66 Souza, Thiago Eutropio Silva de 1719 1783 Inativo
67 Ribeiro, Guilherme Wanderley 1712 1783 Inativo
68 Lima, Jairo 1648 1743 Inativo


O VIII Magistral RN permitiu também que 4 jogadores do RN formassem seus blocos iniciais para a formação do desejado rating FIDE. São eles:

Nome Rp Bloco FIDE Nº partidas Rating CBX
Francisco Quaranta 1919 5 1855
Israel Smith 1855 4 1830
Ghabriel Alves 1771 7 1792
Ricardo Cariello 1874 5 1837


O II IRT Memorial Steinitz, a ser realizado ainda este mês, será uma boa chance para os 4 acima completarem seus blocos (cada um precisará jogar pelo menos 3 partidas contra jogadores com rating FIDE). Também será mais uma oportunidade para outros iniciarem a formar seus ratings também! Guardo boas lembranças do I IRT Memorial Steinitz em 2010, pois lá fiz meu primeiro bloco e retornei, depois de longo tempo, aos torneios pensados.

II Memorial Steinitz (FIDE, CBX, FNX)

Steinitz: 1º Campeão Mundial Oficial (fonte:  Wikipedia)


O Xadrez Potiguar promove entre os dias 13 e 15 de maio de 2011, o II IRT Memorial Steinitz. O torneio será realizado no Espaço Xadrez Potiguar (Rua Pinto Martins, 982 – Petrópolis – Natal/RN), conforme mapa abaixo:

O torneio será disputado em sistema suiço com 5 rodadas (2 h KO ou 1h30min + 30 seg/lance KO) e será válido para os ratings FIDE, CBX e FNX. O campeão terá vaga no Grupo A do IX Magistral RN que será realizado ano que vem. As inscrições estão abertas o dia 12 de maio e o regulamento na íntegra está aqui. A direção do torneio é do MF Máximo Valério Soares de Macedo.

Aberto do Brasil Bienal Prof. João Braga – Em andamento (2)

Continua com muita luta o Aberto do Brasil  Bienal Prof. João Braga, apenas 3 jogadores com 100% de aproveitamento até a quarta rodada: GM El Debs, MF Shumyatsky e MF Rodi. Seguidos de perto pelos demais invictos com 3,5 pontos em 4 rodadas: GM Fier, MI Perdomo, MI Wellington Rocha, MF Rodrigo Terao, Remo Bassan,  GM Krikor, MF Choma, GM Rafael Leitao, MI Shoker e MF Alvaro Aranha. Segue abaixo o emparceiramento das 10 primeiras mesas:

10 primeiras mesas: 5ª rodada (em andamento)
Na luta pelas normas de GM ou MI, os MF´s Shumyatsky, Rodrigo Terao, Choma, Rodi e o não titulado Bassan seguem com boas chances. Esta rodada será crucial para que eles continuem com chances.
O site oficial do torneio traz as 10 primeiras mesas em tempo real (com algum atraso), de forma que é possível ver o andamento das partidas mais importantes (isso é um requisito nesses torneios valendo norma de GM). Deixo aqui o diagrama com o momento atual (até esta postagem) das principais partidas:

Mesa 1 – após 22. … Db8 (acabo de ver que acabou em empate)
Mesa 2 – após 24. … Dc7 (acabo de ver que acabou em vitória do branco, GM Fier) 
Mesa 3 – após 15. … Ba8
Mesa 4 – após 17. … Cc5
Mesa 5 – após 16. h3
Mesa 6 – após 13. … Dd7
Mesa 7 – após 7. … exd3
Mesa 8 – após 17. Tfe1
Mesa 9 – após 16. … d4
Mesa 10 – após 19. … Cd5

 Vamos continuar acompanhando também no chess-results.

Aberto do Brasil Bienal Prof. João Braga – Em andamento

Está em andamento um dos maiores torneios abertos realizados no país nos últimos anos, o Aberto do Brasil  Bienal Prof. João Braga, que conta com 184 jogadores. Seguem alguns números do torneio:
– 6 Federações Nacionais representadas: Brasil (177 jogadores), Argentina (2 jogadores), Paraguai  (2 jogadores), Egito, Peru e Venezuela (as três últimas com 1 jogador cada);
– 32 Titulados: 5 GM´s, 7 MI´s, 15 MF´s, 3 WMF´s, 1 CM e 1 WCM;
– 126 jogadores com rating FIDE (68% do total), dos quais 85 acima de 2000.
O torneio cumpre todos os requisitos para valer normas de GM e MI. Será, portanto, mais uma oportunidade para o jovem MF Shumyatsky (2382), que já conseguiu sua primeira norma de MI neste ano no ‘II ITT Memorial Fernando de Almeida Vasconcellos’ (ganhando de quebra 20 pontos de rating FIDE, provisoriamente ultrapassando a marca de 2400 necessária para homologação do título de MI). 
O MI Diego Di Berardino (2480) também terá outra chance para obter sua definitiva norma de GM, que passou perto na final do Campeonato Brasileiro de 2010.
Além destes, obviamente outros jogadores também estarão na briga pelas normas. 
Expectativa também para alguns jogadores que estão próximos dos 2300 necessários para a titulação de MF, entre eles o paraibano Paulo Barbosa (2254) que vem tendo excelentes atuações (no VIII Magistral RN, foi vice-campeão, ganhando no caminho 26 pontos de rating FIDE).
Infelizmente, os estados do RN e do CE não estão representados neste forte evento.

Xadrez e Trapaça: Soviéticos agiam em Cartel nos Torneios de Candidatos até 1978?

O fato de ser engenheiro, e ter tomado gosto pela investigação científica durante meu mestrado, leva-me a ter contato com variados estudos e artigos, a maioria deles estritamente no ramo da engenharia, mas, algumas vezes, caem em minhas mãos alguns relacionados com uma de minhas maiores paixões: o xadrez.

O artigo em questão tem o seguinte título em inglês: “Did the sovietes collude? A statistical analysis of championship chess 1940 – 1978” de Charles C. Moul e John V.C. Nye publicado em 2009 no nº 70 do periódico científico internacional Journal of Economic Behavior & Organization. Em português, pode ser traduzido assim: Os soviéticos agiram em cartel? Uma análise estatística de campeonatos de xadrez entre 1940 e 1978.

O trabalho trata de analisar dados estatísticos de torneios no período 1940-1978 envolvendo soviéticos e não-soviéticos em eventos internacionais (sob tutela da FIDE) e comparando com torneios no mesmo período jogados apenas por soviéticos (como os campeonatos da URSS). O objetivo é saber se os soviéticos agiam como um cartel em eventos internacionais, empatando rapidamente partidas entre eles e jogando para valer contra os demais. Os autores argumentam que essa estratégia, em torneios longos do tipo todos-contra-todos (abreviarei para T-T) traria melhores resultados aos soviéticos, pois estariam mais descansados (os autores estimaram uma diferença equivalente em rating de 42,8 pontos em favor dos jogadores mais descansados).

Alguns resultados obtidos por eles chamam bastante a atenção e fortalecem a hipótese do cartel para o período investigado (1940 – 1978):

  • Em eventos FIDE do tipo T-T os soviéticos empataram em média 60% das partidas contra seus compatriotas, enquanto que a média geral de empates entre 2 não-soviéticos ou entre um soviético e um não-soviético foi de 50%;
  • Em média, apenas 46% das partidas entre soviéticos em eventos fechados na URSS foram empates, contra 60% em torneios FIDE;
  • Em média, as partidas empatadas entre soviéticos em eventos FIDE foram 8 lances mais curtas que empates entre soviéticos em eventos fechados na URSS;
  • Em torneios FIDE do tipo mata-mata (ou nocaute, KO), não se percebe diferença significativa na quantidade de empates: soviético x soviético (56,2% de empates) e soviético x não-soviético ou 2 não-soviéticos (55,6% de empates).

Após esta primeira comparação, foram analisados os Torneios de Candidatos de 1950 a 1962. Os autores calcularam as probabilidades de vitória de cada participante desses torneios sob 2 hipóteses:

  • A – os soviéticos agiram em cartel, empatando partidas entre eles a fim de “guardarem forças” contra os demais jogadores;
  • B – os soviéticos não agiram em cartel.

Para realizar essa comparação, em cada hipótese (A e B), 10.000 simulações de resultados foram feitas, e calcularam-se as médias dos resultados individuais nessas simulações (no caso A, os resultados entre soviéticos foram simulados como empates; no caso B foram tomados aleatoriamente). No caso B, o resultado médio das simulações foi muito mais coerente com os ratings estimados no site Chessmetrics por Jeff Sonas para os jogadores nas épocas em que os torneios foram realizados.

Segundo os autores, o evento no qual a hipótese do cartel soviético teria maior impacto no resultado seria no famoso Torneio de Candidatos de Zurich 1953, um longo evento T-T de dupla volta em que cada jogador disputou 28 partidas. As chances de vitória de um soviético (eram 9 de um total de 15 participantes) sob a hipótese de cartel foi estimada em 75,7% contra 48,5% de chances se a hipótese fosse falsa.

O Torneio de Candidatos de Curaçao 1962, famoso pela denúncia de Fischer sobre a forma como os soviéticos controlavam o resultados do torneio (e que aparentemente foi uma das motivações para o estudo feito por Moul e Nye) também foi analisado. O torneio contou com 8 jogadores (5 soviéticos) que se enfrentavam todos contra todos 4 vezes! A chance de vitória de um soviético sob a hipótese de cartel foi estimada em 93,7%, contra 80,8% de chances caso a hipótese de cartel seja falsa.

Fischer × Kortchnoi em Curaçao 1962
(fonte: chessbase.com)

Os autores concluem que sua análise, a primeira do tipo a usar forte base estatística para analisar o assunto (segundo eles), apenas reforça a ideia generalizada e facilmente compreensível de que os soviéticos, em eventos no exterior, deveriam estar sujeitos a algumas pressões para agir como um time e que assim o faziam. Eles não dizem nem sim, nem não à pergunta do título, mas afirmam que a probabilidade de ocorrerem os resultados observados na prática sem nenhum tipo de cartel, ou outra estratégia de grupo dos soviéticos, seria muito menor.

Eles deixam claro que, obviamente, este não é o único fator que levou à hegemonia da URSS no xadrez naquele período, mas que, aliada à notória força dos grandes mestres soviéticos, a estratégia de cartel tornava quase impossível a um não-soviético tornar-se o desafiante oficial ao título mundial. Por exemplo, enfatizam o caso de Zurich 1953, quando Reshevsky era o favorito com 28,6% chances de ser o campeão caso não houvesse cartel, mas que, havendo cartel, suas chances cairiam bruscamente para 14,8%. No final, sabemos que o campeão foi Smyslov, com Bronstein e Reshevsky empatados em segundo.

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