ADX e LBX farão grande evento em Natal neste FDS!


Nos próximos dias 14 e 15, a ADX e LBX promovem o Torneio Aberto de Xadrez Rápido da Liga Brasileira de Xadrez, que será o segundo evento da LBX no estado do RN, o primeiro na cidade de Natal.

O torneio será realizado na cadência rápida de 20min/KO em 9 rodadas e distribuirá R$ 4000,00 em prêmios (sendo R$ 900 para o campeão) que vão até o décimo colocado geral e melhores nas diversas categorias.

A organização é da ADX (toda a família Damasceno) juntamente com o MF Roberto Andrade que é um dos diretores da LBX no RN. O árbitro principal será o AF Ari Maia.

CRONOGRAMA:
  • Congresso técnico: 14 horas do dia 14 de dezembro de 2013 
  • 1ª Rodada: 14h30 do dia 14 de dezembro de 2013 
  • 2ª Rodada: 15h30 do dia 14 de dezembro de 2013 
  • 3ª Rodada: 16h30 do dia 14 de dezembro de 2013 
  • 4ª Rodada: 18h30 do dia 14 de dezembro de 2013 
  • 5ª Rodada: 19h30 do dia 14 de dezembro de 2013 
  • 6ª Rodada: 20h30 do dia 14 de dezembro de 2013 
  • 7ª Rodada: 09h30 do dia 15 de dezembro de 2013 
  • 8ª Rodada: 10h30 do dia 15 de dezembro de 2013 
  • 9ª Rodada: 11h30 do dia 15 de dezembro de 2013 
  • Encerramento e premiação: 12h30 do dia 15 de dezembro de 2013
INSCRIÇÕES:
  • Mulheres, menores de 18 anos e maiores de 60 anos, R$ 20,00.
  • Demais jogadores: R$ 40,00.
  • OBS.: No dia do torneio as inscrições serão majoradas para R$ 30,00 e R$ 60,00, respectivamente, de acordo com as faixas de inscrição citadas anteriormente e estarão sujeitas à disponibilidade de lugares. 
LOCAL:

O torneio será realizado na Associação Residencial Areia Dourada – ARAD, na Rua Alfredo Dias Figueiredo, Natal, Rio Grande do Norte.
(melhor caminho é ir por Ponta Negra e pegar a rotatória sentido Estádio do ABC, depois pegar à direita como se fosse para Nova Parnamirim)

AVISOS IMPORTANTES:

1. Todos os jogadores deverão ter peças e relógios em perfeito estado de funcionamento. Partidas não jogadas por falta de material serão computadas como “- x -” ou seja, perda por falta de ambos os jogadores. 
2. A tolerância para cada partida será de 15 minutos. 

3. Os jogadores poderão entrar no torneio até o início da 3ª rodada no torneio.

Regulamento completo AQUI

Neri, o nosso ‘Highlander’, ganha Panamericano Sênior

Neri em ação (foto do acervo LQI)
Embora o LQI já não comente mais tanto sobre resultados de torneios, eu não poderia deixar de comentar o resultado do nosso amigo Neri Silveira no Campeonato Panamericano Sênior de Xadrez, que, desta vez, também valeu o título do Campeonato Brasileiro Sênior. Neri foi o campeão isolado e o RN ainda fez o vice-campeão, MF Máximo Macedo. Os dois vão para o mundial da categoria no ano que vem! Um ótimo resultado para o xadrez potiguar, aliás Natal sediou o evento! 
Neri tem uma longa história de sucesso no xadrez brasileiro, ele que é vitorioso pelo menos desde 1965, ano que que conquistou seu primeiro título estadual no Rio Grande do Sul! Foi campeão estadual também no Rio de Janeiro e, nos últimos anos, fixou-se em Natal e tem jogado ativamente, sendo um dos maiores vencedores da história recente dos campeonatos estaduais do RN, sendo inclusive o atual campeão!
Neri é um mestre do jogo, apesar de faltar-lhe o título oficializado. Ele próprio não quer solicitar seu título de MN (mestre nacional) e ficou há apenas 7 pontos de rating FIDE para ser MF (mestre fide). A meu ver, qualquer um campeão de vários estados, vencedor desde a década de 60, mantendo ELO acima de 2200 há pelo menos 10 anos (deve ter muito mais tempo com força acima disso), já deveria ter sito titulado pela CBX, ainda que o próprio se opusesse.
Ultimamente, Neri tem contribuído ativamente na organização dos fortes Torneios Ativos do Clube de Xadrez Móvel de Natal que tem sido realizados em Natal no bairro de Potilândia (mais informações AQUI) e que tem contado com a presença de MI´s e MF´s da cidade e vizinhanças e distribuem boa premiação em dinheiro. Também é cadeira cativa nos torneios do NEM, em Macaíba.

Será o fim dos livros de xadrez?

Após a vitória de Magnus Carlsen, o lendário Garry Kasparov escreveu em sua coluna para a Time Magazine que é o triunfo de uma novíssima geração que aprendeu a jogar com computadores, em detrimento da geração de Anand, Kasparov e outros Grandes Mestres que aprenderam o jogo por meio de, palavras do Ogro de Baku, “livros empoeirados”.

Portanto, a realidade do aprendizado do xadrez, mesmo nos níveis mais elevados, parece não estar em desconformidade com a tendência cada vez maior de se aprender qualquer coisa usando os computadores, deixando de lado os livros, que trazem consigo o fardo (ou fascínio), de precisarem ser lidos e interpretados para começarem a revelar o conhecimento que se busca.

Claro, a modernidade é como o peão no nosso amado jogo, não dá passos para trás, e talvez o melhor que (nós saudosistas) podemos fazer é torcer para que resistam pelo menos os livros digitais no futuro! Mas talvez nem isso…

No caso dos livros de xadrez, percebe-se como piorou o cenário. No passado, todos os grandes campeões publicaram livros sobre suas partidas, suas ideias sobre o jogo e sua abordagem nos diferentes tipos de posição. A escola soviética, fortemente ligada ao seu patriarca Botvinnik, vaticinava que os melhores jogadores precisavam publicar análises de suas partidas, forçando-se assim a aperfeiçoar sua técnica, enriquecendo a literatura do jogo por tabela.

Hoje, é cada vez menor o número de jogadores de elite, como alguém da nova geração entre os 10 melhores do mundo, escrevendo livros. Existem autores excelentes que produzem muito na atualidade, como o PhD e GM John Nunn, mas ele é da geração antiga!

O fato é que, com a concorrência dos novos métodos de ensino e aprendizagem do jogo, com a facilidade de ter seu livro “pirateado”, com os baixos valores pagos por uma atividade árdua como a de escrever um bom livro, os Grandes Mestres jovens preferem guardar seus segredos e tratar de vencer torneios para garantir sua renda.

No Brasil, por exemplo, não existe nenhum livro nacional de destaque desde a época do “Xadrez Básico” (que ainda corre o sério risco de ser o melhor livro de xadrez escrito por um brasileiro).

O reflexo disso tudo pode ser visto aqui mesmo, em nossa cidade (falo especificamente de Natal – RN, mas não deve ser só aqui) os livros de xadrez estão sumindo das prateleiras. Nas livraria do maior shopping da cidade ainda era possível meses atrás encontrar alguns volumes da série “Meus Predecessores” de Kasparov, a um preço exorbitante de R$ 108,00 (mas isso é outro assunto), só que sumiram.

Numa outra livraria, que tristemente encontra-se reduzindo suas atividades e seu acervo, dentre os mais de 10 mil volumes da enorme loja, pergunto ao vendedor sobre a prateleira de xadrez (que ousadia), ele me aponta desinteressado uma junto ao chão, na parte de esportes. Espremidos entre a Fórmula 1 e o Futebol, cinco míseros títulos, nenhum deles relevante para alguém que queira se aperfeiçoar no jogo.

É uma tristeza. Os novos mestres escrevem menos e as editoras também não vão deixar de publicar auto-ajuda e livros sobre variados “tons de cinza” para investir em livros sobre xadrez…

Guardo em casa os livros de xadrez que fui conseguindo adquirir ao longo dos anos, cada um registra uma fase. Alguns da clássica “Colección Escaques”, que comprei em Fortaleza, na Livraria ao Livro Técnico da Praça do Ferreira, outros que comprei em sebos, ou pela internet. Alguns que foram presentes de amigos queridos, como “ El Arte del Sacrificio en Ajedrez”, ofertado há (susto!) 20 anos pelo amigo e primeiro professor de xadrez, Ari Maia.

Lamento os dois únicos que emprestei, o meu “Xadrez Básico” de capa vermelha e o “Aberturas e Armadilhas”, jamais devolvidos.

Meus livros são meu pequeno tesouro. Sei que já nem os estudo como planejava ou como deveria, é verdade. Talvez alguns deles tragam análises que os computadores modernos refutem, outros nem sejam tão bons como eu pensei na hora da aquisição, mas todos são valiosos. Ao folheá-los, não raro lembro exatamente do que pensei anos atrás, dos sonhos de maestria ou do fascínio causado por uma jogada ou combinação, ou por uma análise magistral que consegui captar.

Descobri que um livro empoeirado de xadrez não traz só partidas e análises desatualizadas, com o tempo ele passa a guardar também pedaços da nossa história.

Alguns dos meus queridos livros de xadrez.
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